Desconhecer o funcionamento do mercado financeiro pode ser um dos principais problemas para quem começa a investir. A insegurança e a pressa pelo retorno levam os iniciantes a comprarem títulos que não estão de acordo com os objetivos do investimento.
As aplicações do Tesouro Direto apresentam “diferentes tipos de rentabilidade, prazos de vencimento e fluxos de remuneração”, segundo o portal oficial do produto financeiro. Nos títulos pré-fixados, a taxa de rendimento é definida no momento da aplicação. Porém, há títulos que variam conforme o índice Selic ou o IPCA, sendo conhecidos como pós-fixados. Existem ainda título híbridos, que mescla uma taxa estabelecida e um índice econômico.
O simples fato de não aguardar o prazo de vencimento de um investimento pode atrapalhar a previsibilidade de rendimento sobre o valor aplicado. Isso ocorre porque os investimentos são influenciados por oscilações econômicas a que o mercado está sujeito e os impostos que incidem sobre eles.
Apesar do investimento no Tesouro Direto ser de baixo risco, como aponta a Bolsa de Valores Brasileira (B3), diversos critérios precisam ser considerados antes de investir. A começar pela identificação do perfil do investidor e suas intenções.
O Tesouro Direto é uma das formas de investimento preferidas dos investidores de perfil conversador. Em julho de 2023, o programa recebeu R$ 3,57 bilhões em investimentos, segundo balanço do Ministério da Fazenda. O fato de disponibilizar títulos públicos aos brasileiros por um valor mínimo baixo é apontado como uma das razões para sua popularidade.
Os riscos são considerados nulos, pois acabam sendo medidos conforme a saúde financeira do Brasil. Na prática, é como se o investidor estivesse emprestando dinheiro para a União e esta aplicação só seria perdida se o país “quebrasse” economicamente. Dada a remota possibilidade, é seguro investir no Tesouro Direto.
Ainda assim, os títulos públicos não são isentos da volatilidade de preços, atribuídos a investimentos de qualquer natureza. Por isso, para fazer um bom negócio ao investir no Tesouro Direto, é preciso entender suas especificidades, pesquisar sobre marcação a mercado, seguir os prazos e diversificar a carteira de investimento.
Desconhecer sobre marcação a mercado
O Tesouro Direto permite a venda os títulos comprados a qualquer momento, no entanto, a rentabilidade não é a garantida na sua compra.
Isso acontece porque cada título tem uma data de vencimento. A maior parte deles calcula a rentabilidade do título com base no longo prazo. Porém, se essa data não for seguida, a aplicação fica sujeita à marcação do mercado.
Ao vender ou resgatar um título antes do prazo, a rentabilidade adquirida tende a ser diferente da prevista para o momento do vencimento, pois isso depende do preço do título no momento da venda.
Os títulos do Tesouro Selic são os únicos dessa modalidade que não estão sujeitos à marcação mercado. Portanto, o valor investido não apresenta volatilidade.
Vender o título antes do 30° dia
Sobre o Tesouro Direto, há incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) caso o título ou frações dele sejam resgatados antes de a aplicação completar 30 dias. Segundo o site do Tesouro, a alíquota é regressiva, indo de 96% sobre o valor do rendimento até 3% do mesmo valor, se a aplicação foi retirada entre um e 29 dias.
Não ter um planejamento de reserva imediata
Quem deseja investir no Tesouro Direto a longo prazo e ter maiores chances de rentabilidade, precisa contar com uma reserva de emergência. Esse montante precisa estar aplicado em um rendimento de resgate imediato – alta liquidez –, evitando o saque antecipado dos títulos investidos a longo prazo. A retirada precoce é um dos principais erros nas aplicações de longa duração, pois compromete o percentual de rentabilidade.
Por isso, é fundamental poder contar com investimentos de reserva de curto prazo, como Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e Tesouro Selic. Todos eles têm liquidez diária, sem risco de perda.