Ultimamente, palavras como “gatilho”, “manipulação” e “toxicidade” ganharam as páginas de notícias e as redes sociais de todo o país. Páginas de busca também tiveram aumento significativo nas menções. A preocupação com as terminologias, muito vistas em diferentes áreas da sociedade, podem vir a ser um problema para os gestores no futuro, é o que dizem especialistas do setor. Na área de recursos humanos, por exemplo, é normal que o colaborador ouça críticas e cobranças, mas qual o limite de um comportamento excessivo? O especialista em recursos humanos e também CEO da 4Life Prime Saúde Ocupacional, explica que, geralmente, a perseguição no ambiente de trabalho é feita de forma gradativa: “Começam de forma bem discreta, sempre em tons de brincadeira e depois vão se agravando de modo que a vítima muitas vezes demora para perceber que há algo errado de fato acontecendo. Para amenizar a situação, é de extrema importância que as empresas desenvolvam programas que priorizem o bem-estar e a igualdade perante os colaboradores. Não importa se a pessoa está há 20 anos ou há dois dias, elas devem ter as mesmas oportunidades de crescimento. Quando isso ocorre, os problemas de perseguição diminuem. É necessário ser transparente quanto às regras, para que o gestor não veja uma queda no desempenho. Quando uma companhia perpetua uma visão lateral, sempre vão existir profissionais insatisfeitos com sua carreira”, completa. A perseguição se caracteriza pela exposição do colaborador a situações constrangedoras e muitas vezes humilhantes de forma repetida e prolongada, quando o constrangedor sai espalhando “fake news” para os demais colegas da empresa, criando um isolamento forçado da vítima a ponto de desestabilizar e fragilizar o colaborador. Alex lista alguns sinais quando um profissional sofre perseguição no ambiente de trabalho:
Quando o profissional perceber que está enquadrado de forma direta ou não em algum dos itens listados acima, recomenda-se como primeiro passo chamar o gestor para uma conversa franca e citar que esta tendo a sensação de que estão acontecendo fatos que não condizem com a política de trabalho e de convivência que está acostumado e que gostaria de certificar diretamente com ele para não criar ruídos desnecessários. Importante exemplificar casos e deixar claro como está se sentindo e também ter escuta para ouvir como o que a outra pessoa tem a dizer. Caso a perseguição continue, recomenda-se não “bater de frente”, mas sim deixar claro com atitudes que está ali para trabalhar, entregar o melhor resultado e que não vai se abater e nem desviar de cumprir seus objetivos. Segundo o especialista, “o perseguidor geralmente perde o interesse em perseguir o colaborador quando este mantém a sua inteligência emocional equilibrada e segue com seu trabalho”. Se ainda assim persistir e a situação se agravar, busque o RH ou outro canal da empresa para expor a situação. Juridicamente, ainda que a lei trabalhista não especifique a “perseguição” no trabalho, ela é considerada pela Justiça Trabalhista como um tipo de assédio moral. |