*Por Pedro Signorelli
Você se considera uma pessoa criativa ou inovadora? Às vezes, profissionais que possuem essas habilidades não reconhecem as características em si mesmos e acabam se limitando, seja por medo de errar ou do julgamento alheio. Em uma empresa, sugerir uma boa ideia pode abrir portas e aumentar o seu leque de oportunidades.
Nesse mês de abril, temos o Dia Mundial da Criatividade e Inovação, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), para promover a busca por soluções inovadoras e o incentivo da criatividade em todos os setores. De acordo com os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil passou a ocupar o 49º lugar entre 132 países no ranking de inovação em 2023, tornando-se o primeiro colocado da América Latina.
Isso já representa um progresso, mas ainda falta muito para conquistarmos um patamar mais alto e significativo. É claro que não é fácil ter a criatividade ou inovação afloradas sempre, ainda mais que hoje em dia existem tantas coisas parecidas, e também a facilidade de se copiar (certo ou não), o que torna cada vez mais difícil criar totalmente do zero.
Quando falamos de empresas, lembramos dos cases emblemáticos de inovação: Nokia, Kodak, Blockbuster. É essencial que as organizações e os líderes tenham esse viés, para sugerir ideias diferentes, que façam com que a organização tome rumos distintos e possa se destacar diante das demais. É um processo árduo, onde haverá falhas e ideias que não vingam, mas que podem trazer um resultado desproporcional, caso uma ideia dê certo.
No entanto, o líder não trabalha sozinho. Por isso, é fundamental que a liderança incentive o time a ser criativo e inovador. Colaboradores que possuem liberdade para compartilhar novas ideias são mais engajados com o trabalho e tendem a melhorar suas performances. Aliado ao fato de que se sentirão mais felizes, já que aquele será um espaço seguro para dividirem o que pensam.
Uma gestão por OKRs - Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, é capaz de ajudar bastante nesta tarefa, não importa se você está remoto ou no escritório, visto que tem como premissa trabalhar por resultado. O CEO da Nike, John Donahoe, culpa o home office pela falta de inovação na empresa. Porém, eu discordo dele. Acho que está mais ligado a processos e à liderança.
Trabalhar por resultados e com confiança nos ajudam a vencer a distância. Ou seja, você e a sua equipe devem determinar o que significa ‘sucesso’ em relação àquele tema e a partir daí determinar o que precisa ser feito. Parece bobo, mas não estamos acostumados a trabalhar desta maneira, é um viés bem diferente do tradicional, do comum, e vai ser muito útil.
Além disso, os OKRs possuem ciclos mais curtos, de geralmente três meses, o que permite ajustes frequentes no plano de execução de estratégia, algo fundamental quando estamos diante de um cenário de mais incerteza do que clareza das coisas. Vamos testar hipóteses, algumas vão se verificar corretas, outras furadas, então se uma ideia não foi criativa ou inovadora suficiente, sempre será possível recalcular a rota: ver o que deu errado, não fazer mais e propor um novo plano.
Perceba que falamos de falhas mais de uma vez. Isso vai acontecer no processo de inovação e você e a organização em que trabalha precisam saber lidar com os eventuais erros e não sair punindo as pessoas, pois isso com certeza vai matar o espírito criativo delas. O correto nessas situações é entender o que não funcionou, para poder consertar no próximo ciclo.
Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/