Fonte: Patrícia Andrade e Alexandre Gaino, professores de economia do curso de Administração da ESPM
Recentemente, o Governo Federal lançou um programa de renegociação de dívidas voltado para microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e empresas de pequeno porte. A iniciativa, intitulada como “Acredita”, passou a valer nesta segunda-feira (13) e é uma alternativa para o acesso e renegociação das linhas de crédito para os pequenos empreendedores.
Alexandre Gaino, professor de economia do curso de Administração da ESPM, explica que o crédito no Brasil é caro e desigual. Muitas Micro, Pequenas Empresas e MEIs não conseguem acessar linhas de crédito dentro do sistema bancário comercial. “Os bancos são receosos e, sem garantias tangíveis, aumentam os riscos para que possam oferecer linhas de crédito para esse público. O “Acredita” aparece como uma alternativa para a renegociação desses créditos.”
Segundo as informações do Governo Federal, o programa “Acredita” tem quatro eixos e Gaino explica que o primeiro, microcrédito voltado aos inscritos ao cadastro único, dos programas sociais do governo, e o segundo, programa de renegociação de dívidas para as Micro e Pequenas Empresas, terão um grande impacto sobre toda a economia. “Quanto melhor a condição dessas empresas, melhor a condição para o mercado de trabalho. Isso contribui para a geração de renda, para o aumento do consumo de milhões de pessoas, alimentando a prosperidade da economia”, explica Gaino.
Já a professora de economia do curso de Administração da ESPM, Patricia Andrade, afirma que criação de um programa focado no microcrédito promove um giro na economia e atende a um aumento de demanda e, além de garantir a valorização contínua do salário mínimo, é necessário garantir a produção e serviços à disposição dessa população para o consumo, para que não haja uma inflação. “Como esse governo já viveu isso anteriormente, ele vem tentando fazer esses pacotes de estímulo à produção para justamente garantir que lá na frente a gente não tenha um problema inflacionário”, completa.
Gaino aponta ainda que houve aumento das MEIs no país. Em 2009, eram 750 mil e, em 2023, 3.9 milhões. “Se criarmos condições para que esses negócios possam prosperar, isso significa maior injeção de recursos nas comunidades e nos pequenos negócios locais, gerando efeito multiplicador que vai impulsionar a geração de renda e emprego em regiões periféricas, de baixa renda.”
Com relação a renegociação de dívidas, o economista contextualiza dizendo que, desde a pandemia, muitas MEIs, Micro e Pequenas empresas têm passado por dificuldades, uma vez que se endividaram e não conseguem arcar com seus custos operacionais, pagar dívidas e investir no negócio..
“Se somarmos ao crescimento recente da inadimplência, temos um cenário bastante preocupante para o futuro. Um programa de renegociação de dívidas para essas pequenas empresas, que têm menos acesso a produtos financeiros, possibilita elas terem condições de sobreviver e crescer”, finaliza o professor.
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