Pelo menos 700 mil micro e pequenas empresas gaúchas foram impactadas pelas enchentes que assolam o Rio Grande do Sul desde o final do mês passado. E esse número deve aumentar porque só agora alguns moradores estão conseguindo chegar em cidades que ficaram isoladas pela chuva.
São negócios de todos os setores — farmácias, comércios, pequenas indústrias e prestadores de serviços — que viram, de um dia para o outro, a água das chuvas inundar projetos de uma vida inteira.
Uma série de ações tem sido anunciadas para apoiar os empresários gaúchos diante das enchentes que atingem 414 cidades do Rio Grande do Sul. O Governo Federal já anunciou medidas para ajudar esses os empresários do Sul, entre elas:
Medidas de acesso a crédito:
-Aporte de R$ 4,5 bilhões em recursos do Fundo Garantidor de Operações para permitir a liberação de R$ 30 bilhões em crédito a micro e pequenas empresas;
- Aporte de R$ 500 milhões no Fundo Garantidor de Investimentos (FGI) para conceder crédito de até R$ 5 bilhões a empresas, por meio do Programa Emergencial de Acesso ao Crédito;
-Desconto para empréstimos: liberação de R$ 1 bilhão para concessão de descontos em juros de empréstimos feitos via Pronampe;
- São R$ 2 bilhões no fundo, o que possibilitará R$ 30 bilhões em empréstimos do Sebrae para atender os empreendedores gaúchos;
Prazos prorrogados:
-Receita Federal: prorrogação, por no mínimo três meses, do prazo de recolhimento de impostos federais e do Simples Nacional;
-Imposto de Renda: prorrogado até 31 de agosto;
-Certidão Negativa: dispensa para concessão de empréstimos em bancos públicos;
-Levantamento: diagnóstico sobre o impacto das enchentes nos pequenos negócios locais.
-Suspensão no pagamento de dívidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Novas iniciativas serão implementadas para impulsionar o consumo e o crédito no estado, como a antecipação de pagamentos do Bolsa Família, do auxílio gás e da restituição do imposto de renda para a população local.
Segundo Marlon Freitas, fundador e CMO da Agilize Contabilidade Online, pioneira do setor no Brasil, nesse momento é essencial que governos Federal, Estadual e Municipal se sensibilizem com a situação e permitam esse “respiro” para os empreendedores
“Minha preocupação é somente com relação aos prazos que me parecem ainda muito curtos e que certamente serão revistos e ampliados, uma vez que os problemas desses empreendedores não vão ser resolvidos em 2 ou 3 meses”, avalia o empresário.
A principal orientação é que o empreendedor tenha serenidade para tomar boas decisões nesse momento.
“O primeiro cuidado é não misturar pessoa física com pessoa jurídica e realmente usar os recursos liberados para restabelecimento da empresa, principalmente a estrutura física desses negócios”, orienta Freitas, que complementa: “No retorno das atividades, o ideal é que seja feita uma boa gestão de fluxo de caixa, já pensando no pagamento da dívida”.
Fundador da primeira empresa de contabilidade online do Brasil, Marlon Freitas também está oferecendo suporte aos clientes da empresa que são do Rio Grande do Sul. “Nosso compromisso neste momento é buscar informações de fontes oficiais para orientar os clientes no caso de negociação de dívidas e garantia dos benefícios tributários e em relação aos novos prazos estabelecidos pelo Governo federal”, explica.
Apesar das notícias de inúmeras empresas que vão encerrar as atividades depois da tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul, Marlon reforça a importância das medidas governamentais.
“Depois dos resgates e dos cuidados com a vida das pessoas, o Governo tem que cuidar realmente da economia para que essa catástrofe não se amplie e acabe criando um colapso na economia como um todo, uma vez que essas pequenas e médias empresas são responsáveis por boa parte da geração de empregos e abastecimento de bens não só no Rio Grande do Sul, mas em todo o Brasil”, finaliza.
O Governo do Rio Grande do Sul criou o Gabinete de Apoio ao Empreendedor que conta com a participação das secretarias da Fazenda, de Inovação, Ciência e Tecnologia, de Trabalho e Desenvolvimento Profissional e de Turismo, Junta Comercial do RS, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), agências de fomento, instituições financeiras e entidades empresarias. O Governo pede que seja preenchido o formulário que está sendo disponibilizado para os empresários atingidos. "Precisamos do maior número possível de respostas para estabelecer um planejamento sustentável de retomada das empresas gaúchas", diz Ernani Polo, Secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul.
O formulário para inclusão de dados já está disponível neste link.