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Escolher um sócio é mais difícil do que achar alguém para casar

Especialistas e empreendedor contam o que é preciso considerar quando se identifica a necessidade de ter sócios

Escolher um sócio para empreender pode ser um desafio, mas algumas dicas podem auxiliar nesse processo. Segundo Anna Maria Guimarães, coordenadora dos programas de pós-MBA do B.I. International, a “principal delas é a complementaridade”. Ou seja, é preciso que o sócio atenda a alguma necessidade. “Essa necessidade pode ser financeira ou estratégica, no caso de precisar alguém com mais conhecimento técnico ou do mercado”, explica.

Em segundo lugar, para escolher o sócio, é preciso que haja alinhamento de valores, conta Anna. “Essa é uma receita simples e eficaz”, diz. Ela ressalta que, ainda mais importante, é necessário ter, além de um contrato social, um acordo formal entre os sócios. “Para deixar claro desde o início o quanto cada um vai investir e quanto cada um vai receber.”

Quem concorda com ela é Linduarte Vieira, professor de administração do Instituto Mauá de Tecnologia. “No acordo de sócios ficam registradas as regras e as expectativas relacionadas a cada sócio”, diz. Para o sucesso de uma sociedade, o especialista destaca também a necessidade de separar amizade e vivência familiar dos negócios. “No ambiente da empresa não cabe relacionamento pessoal”, afirma. “Tem que ser profissional.”

Tanto Anna quanto Vieira concordam ainda que a palavra-chave em uma situação de escolha de sócio é confiança. Junta-se a eles Paulo Melchor, consultor de políticas públicas do Sebrae. “É preciso ter confiança no escolhido, e que este tenha comprometimento”, diz. “As pessoas abrem empresas para ganhar dinheiro, e essa relação é complexa, estamos falando de um ‘casamento’.”

No grupo i9, de empresas de tecnologia,  pode-se dizer que mais do que um casamento, vem acontecendo a formação de uma família. A empresa foi fundada há seis anos por cinco sócios. Hoje são 24 sócios. Doze deles eram funcionários que se tornaram sócios a convite da empresa. Os outros sete o grupo buscou no mercado. “Primeiro, identificamos se o profissional pode agregar em termos de negócios e depois analisamos se ele tem alinhamento com os valores da empresa”, diz Leonardo Orsi, um dos fundadores. O grupo faturou R$ 24 milhões no ano passado e espera terminar 2013 com faturamento de R$ 35 milhões.