É comum vermos sempre uma pequena porta aberta e lá funcionando um negócio, seja ele de qualquer ramo de atividade. E é mais comum ainda, depois de certo tempo, passarmos pelo mesmo local e notarmos que a porta foi fechada e as atividades encerradas. Pronto, o empreendimento foi por água abaixo!
Mas por que motivo uma pessoa em perfeita consciência gastaria seu dinheiro para alugar um imóvel, investir em mercadorias, mobiliários, contratar um serviço contábil, pagar todas as despesas inerentes à legalização, dentre outras mais, e pouco tempo depois fechar as portas?
Podemos mencionar o fato de que muitas pessoas têm um sonho de ser seu próprio patrão. Ter seu negócio, vender, ganhar seu dinheiro honestamente, isso é um sonho comum para muitos, porém sem o devido planejamento o que é sonho acaba se tornando um pesadelo.
Contar somente com a sorte não é para todos. Segundo dados do IBGE (2010), praticamente metade das empresas, mais precisamente 48,2%, encerraram suas atividades com até 3 anos de existência.
Dentre as causas principais dessa mortalidade, apontadas pelo SEBRAE, estão a falta de planejamento e o descontrole na gestão.
Esse descontrole apontado pode ser mensurado, dentre outras métricas, por um fato corriqueiro e recorrente nas empresas, principalmente nas de pequeno porte, que é confundir a pessoa física, dona de direito do empreendimento, com a pessoa jurídica – o empreendimento em si. Notemos que ambas tem naturezas distintas. Todavia, o dinheiro do caixa da pessoa jurídica quase sempre vai parar na carteira do dono no final do expediente.
Daí é só questão de tempo. Se gasta com quase tudo, menos com a empresa. O que deveria ir direto para a conta jurídica do empreendimento, a fim de arcar com as despesas mensais e os investimentos necessários, acaba indo para bancar as despesas domésticas do dono.
Ter como lição não confundir pessoa física com pessoa jurídica é primordial. Porém, antes de chegar a esse patamar de entendimento, outras questões devem ser abordadas pelos propensos empreendedores.
Você já viu ou conhece alguém que fez um Plano de Negócio antes de abrir as portas de um novo empreendimento, principalmente de pequeno porte? Conhece alguém que se preocupou em segmentar o mercado que irá atuar? E o payback? Nossa, parece que estamos falando de coisas de outro mundo, mas é por aí que o negócio deve começar.
Se você soubesse que o seu empreendimento somente iria te dar retorno depois de 4 anos por exemplo, considerando as condições financeiras de investimento inicial, bem como as metas de vendas estimadas, dentre outros indicadores possíveis de serem previstos no Plano de Negócios, possivelmente você não tomaria a decisão de investir seu dinheiro - no caso de um pequeno negócio - nem despender tempo e energia durante esse período. Entretanto, se assim o desejasse, não ficaria na ilusão de obter qualquer tipo de lucro antes do tempo.
Procurar ajuda antes de gastar seu dinheiro e se aventurar num mundo desconhecido é importante e fará bem para o seu bolso. O SEBRAE conta com serviços especializados para essa finalidade. Outra opção é procurar um consultor da área.
Ajuda demais nunca é de menos. O que não se deve é deixar se levar por premissas que não tem embasamento na literatura. Contar apenas com a sorte e rogar para que os consumidores simplesmente descubram que o seu empreendimento é aquilo que eles tanto desejavam, é simplesmente um tiro no escuro.