As vendas do comércio varejista brasileiro cresceram 3,8% em maio na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com o relatório SpendingPulse, desenvolvido pela MasterCard e divulgado ontem. Nos últimos três meses, de março a maio, a média de expansão nas vendas do varejo foi de 5,3%, abaixo do primeiro trimestre, quando a média foi 5,9%.
Segundo o levantamento, o acréscimo nas vendas em maio foi impulsionado pelos setores de artigos farmacêuticos, combustíveis e construção. Por outro lado, os setores de vestuários, móveis e eletrodomésticos, supermercados e artigos de uso pessoal e doméstico foram os que tiveram as menores taxas de crescimento nas vendas totais em maio.
O relatório apontou ainda que a massa salarial nos últimos 12 meses registrou alta de 2,4%. "No entanto, a pressão inflacionária ainda está se mantendo em níveis elevados, implicando uma deterioração do poder de compra das famílias", destaca o texto.
Apesar disso, o relatório destaca que o comprometimento da renda das famílias e a taxa de inadimplência total estão relativamente estáveis. Já a confiança do consumidor, de acordo com o SpendingPulse, mantém a tendência de queda, registrando 3,3% em maio com relação ao mês anterior na série com ajuste sazonal.
O relatório SpendingPulse é baseado nas atividades de vendas na rede de pagamentos MasterCard, juntamente com as estimativas para as outras formas de pagamento, incluindo dinheiro e cheque.
Intenção de compras – O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), elaborado pela FecomercioSP, caiu 5,1% em maio em relação a abril. A entidade atribui a queda ao atual cenário econômico, com baixo crescimento, aliado à persistente alta da inflação. Com a queda registrada na passagem de abril para maio, o índice chegou ao patamar de 113,6 pontos. Na comparação com abril do ano passado, o ICF mostra um recuo ainda maior, de 11,4%.
Todos os sete segmentos que compõem o índice tiveram retração de abril para maio, com destaque para o item Perspectiva Profissional, que apresentou a maior queda, com variação negativa de 9,6%. O item Bens Duráveis veio em segundo lugar, seguido por Perspectiva de Consumo, com recuos de 9,3% e 6,5%, respectivamente.
Esses números mostram, segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, que o cenário é de mais cautela nos gastos por parte do consumidor, inclusive, com relação a produtos duráveis.