Em agosto, foram gerados 101.425 postos formais de trabalho no Brasil, resultado de um total de 1.748.818 admissões ante as 1.647.393 demissões registradas no mês. Isso representa um crescimento de 0,25%, na comparação com o mês anterior (julho). Os dados constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho.
Conforme dados do ministério, este é o melhor resultado dos últimos três meses. O saldo de empregos gerados durante o ano está em 751.456 (expansão de 1,85%). Somente nos últimos 12 meses foram criados 698.475 postos de trabalho (incremento de 1,72%). Entre janeiro de 2011 e agosto de 2014, foram gerados 5.631.534 empregos.
Segundo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o resultado positivo já era esperado pelo governo federal, que mantém a projeção de 1 milhão de empregos a serem gerados em 2014. “Tudo que dissemos está acontecendo”, disse ele. “Já tínhamos indicadores de que iríamos melhorar a partir deste mês. É o que os dados estão confirmando hoje, ao contrário do que tem sido especulado, principalmente pela imprensa”, ressaltou.
Ele destacou que o país tem conseguido manter um modelo que sustenta o emprego com ganhos reais de salário, ao mesmo tempo em que mantém a economia irrigada. Argumentou que, se há uma diminuição no ritmo de contratação na comparação com anos anteriores, é porque o país vive uma situação de pleno emprego. Antes, lembrou o ministro, havia mais espaço para crescimento. Agora, com o pleno emprego, o resultado, apesar de menor, é positivo.
“Não se gera 101 mil empregos por acaso. Não se trata de pesquisa de cunho pessoal, como outras que têm sido apresentadas, que têm por base opiniões [subjetivas] e projeções feitas por pessoas. O que estamos apresentando aqui são dados reais sobre o números de empregos gerados. Dados fornecidos pelas próprias empresas”, argumentou o ministro.
Dos oito setores da atividade econômica pesquisados, seis apresentaram bom desempenho em agosto. O destaque ficou com os setores de serviços, que geraram 71.292 novos postos de trabalho; de comércio (40.619); e de construção civil (2.239). A indústria da transformação registrou declínio de 4.111 postos. No entanto esse número representa, conforme o ministro, “desaceleração no ritmo de queda”, se comparado ao resultado apresentado nos meses anteriores (diminuição de 27.472 e de 15.392 postos em junho e julho, respectivamente).
Todos os ramos do setor de serviços apresentaram bom desempenho. O destaque ficou com os de ensino (mais 22.409 postos criados); alojamento e alimentação (18.711); comércio e administração de imóveis (14.916); serviços médicos e odontológicos (11.023); transportes e comunicações (3.092); e instituições financeiras (saldo de 1.141 novas vagas).
Ainda segundo o ministro Manoel Dias, a perda de 9.623 postos de trabalho no setor agrícola se deve a motivos sazonais. “Certamente este será um setor que apresentará melhores números em setembro e outubro”, comentou. Acrescentou que todos os acordos coletivos tiveram aumento real de 10% acima da inflação.