Num momento econômico de crise muitas empresas, por temerem grandes prejuízos, optam pelas demissões coletivas. Esses desligamentos ocorrem por meio de programas de demissão voluntária ou por iniciativa apenas da empresa mesmo. No entanto, será que demitir é mesmo a melhor alternativa para lidar com um momento economicamente desfavorável?
São muitos os fatores que levam uma empresa a demitir. Mas, em geral, esses fatores giram em torno do equilíbrio econômico da companhia. Por receio de que manter o grupo de funcionários na empresa custe mais do que a organização tem a capacidade de lucrar naquele período, muitas empresas optam por desligar alguns colaboradores e operar em capacidade mínima. No entanto, muitas vezes o desespero e o desconhecimento de situações de crise fazem com que a empresa tome atitudes drásticas sem necessidade.
Como saber, então, se é melhor demitir?
Em geral esse papel cabe à diretoria e não é tão simples. A primeira coisa a ser feita é um estudo de caso da crise, para que através disto seja possível estimar um prazo de duração do período desfavorável. Depois disso, é necessário que se estude o impacto financeiro das demissões e se pese prós e contras das demissões, como, por exemplo:
Prós:
- Redução de custos;
- Diminuição da produtividade para evitar prejuízos em meio a um mercado com demanda reduzida.
Contras:
- Gastos com demissão;
- A depender do período que durar a crise, não vale a pena ter que demitir para depois ter que recontratar;
- Demitir funcionários treinados, nos quais a empresa investiu dinheiro, pode ser um grande prejuízo, pois após o período desfavorável ele pode não querer retornar para a companhia.
Após toda essa análise, é interessante também considerar medidas menos drásticas de diminuição da produção, em reação a momentos de crise, como férias coletivas ou layoff.
As reações às crises econômicas devem ter como foco a minimização de impactos e também a diminuição do problema perante os funcionários. Até para a imagem da empresa é importante que a demissão seja uma opção bastante pensada e embasada, utilizada somente quando as demais opções não forem, de modo algum, benéficas.
Em se tratando de Brasil, podemos prever que, mesmo com as grandes potências mundiais em recessão, o país conseguiu sobreviver sem grandes quebras. Portanto, talvez para um momento de incerteza como este, a depender da situação econômica em que está o mercado da empresa que passa por ele, seja possível protelar as demissões e pensar em soluções paliativas.
Portanto, a demissão nem sempre é o melhor caminho, mas também nem sempre é o pior. São diversas as variáveis envolvidas numa situação de crise econômica. Vai de cada companhia analisar a própria situação e tomar a decisão mais segura em longo prazo.